segunda-feira, 2 de abril de 2012

O Começo, no meio, sem a busca de um fim

Resolvi começar esse blog pela história que me inspirou a escrever.
Sabe quando você já sai de casa com a sensação de que algo vai acontecer?
Minha sexta feira começou assim.
Fiz mil programações, que se não fossem cumpridas religiosamente, iam me atrasar mais do que é rotineiro.
Fui trabalhar, depois marquei de ir ao contador, que ficou preso no transito então remarcamos (declaração de IR todo ano causa esse alvoroço na família rsrs), fui a aula, sai mais cedo pra chegar na casa das minhas amigas na hora marcada.
Já dentro do carro, como em um impulso onde eu planejo para as coisas darem errado, mudei a ordem da via sacra para a busca das minhas amigas... sendo assim, peguei o anel rodoviário e fui a Contagem.
Roupa pra trocar, maquiagem pra fazer, cabelo pra pentear, e com uma habilidade adquirida ao longo dos anos, fiz isso tudo dentro do carro.
Cheguei na casa da minha amiga, a gente terminou a maquiagem e resolvemos ir cantarolantes buscar as outras duas companheiras de aventura, Renatinhaaa e Babi, para irmos bailar no Paco Pigalle, porém tudo estava bom demais pra ser verdade.
No caminho para a casa das meninas passamos em um buraco e o barulho ja garantia um pneu furado. O local: via expressa de Contagem. De um lado mato, do outro mais mato. O posto aberto mais proximo nesse horário, 23horas, ficava a aproximadamente 6km e a troca pelo estepe não era algo que estávamos familiarizadas. Um carro correndo passa e estaciona a nossa frente.
Primeiramente o medo, depois o alivio quando o menino, sim um menino de 20 anos, desce e oferece ajuda. Quando achamos que tudo estava resolvido a grande noticia: o estepe também estava vazio.
Começamos a pensar nas alternativas: ligar para um amigo, chamar o seguro, ligar para mãe, chamar um táxi, mas antes de qualquer escolha o nosso estepe já estava no porta malas do carro do nosso "ajudante".
E ele já tinha resolvido tudo. Mandou que entrássemos no carro dele pois iriamos até um posto calibrar o pneu. 
Com receio, afinal não se entra em carros de estranhos, respondemos prontamente que iriamos esperar no meu carro, com as portas trancadas, já pensando na ligação para alguém ir ao nosso socorro. Porém o amigo salvador estava irredutível, não ia deixar duas mocinhas no meio da Via Expressa, essa área tao perigosa, e com altos índices de furto, assalto e estupros. Depois desse incentivo entramos no carro.
Não sei se alguém já passou por uma situação parecida. Em questão de um minuto, o tempo que você leva para entrar no carro, sua vida passa pela sua cabeça. Você pensa qual será o seu fim, onde ele ira "desovar" o seu cadáver e outras coisinhas mais.
Enquanto eu ria compulsivamente, minha amiga que tem um controle emocional muito maior, ligou o celular e ia descrevendo por onde passávamos para outra amiga e ainda puxava papo com nosso novo amigo. 
Nisso descobrimos que o carro em que andávamos não era dele, eu com minha imaginação sensacional, ja me via presa por ser cúmplice de um furto, que ele tinha 20 anos, que não possuía habilitação e que gostava de dirigir perigosamente, e ilustrou essa ultima parte.
Gritamos muito a cada curva, segurávamos onde podia a cada encostada ou ultrapassagem perigosa. E quando pensei que a morte viria, comecei a pensar em como seria reconhecida, ai lembrei que não havia pego a minha bolsa, e com esse inside me dei conta que havia deixado o meu carro abandonado na via expressa, com minha mala de viagem, com meu computador, minha bolsas, documentos e tudo mais. Ai a paranoia ficou completa. Se não morresse ia ser assaltada e perder muita coisa, como meu trabalho dos últimos 3 meses.
E depois de tentar em três postos conseguimos um calibrador. O novo amigo já não era assustador, na verdade era um menino, que gosta de ser prestativo.
Voltamos e meu carro estava no mesmo lugar, do mesmo jeito. 
Fizemos a troca do pneu, nos despedimos, sem maiores intimidades, apesar das indiretas do amiguinho, afinal ele queria ir para a balada com a gente.
Entramos no carro e fomos encontrar com nossos amigos no Paco. Já achando tudo muito engraçado, apesar do desespero que fizemos todos que ficaram conosco no telefone passar.
Concluímos que sagitarianas são impulsivas por natureza, que a loucura é contagiosa e que iriamos ser melhores a partir da próxima saída, o que é claro não aconteceu, mas isso é historia pra um próximo post, pois na sexta so queríamos bailar até quase o sol raiar!



Nenhum comentário:

Postar um comentário